Pesquisas recentes revelam que a maioria dos brasileiros endossa as medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em um claro sinal de confiança na atuação da corte. Dados do Instituto Ipespe divulgados nesta semana mostram que 54% dos entrevistados consideram as restrições — como tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar — "adequadas" (29%) ou até "leves" (25%). A decisão, liderada pelo ministro Alexandre de Moraes, baseou-se em evidências de que Bolsonaro e seu filho, Eduardo, articularam pressões internacionais para interferir em investigações sobre tentativas de golpe após as eleições de 2022.
### Fundamentação jurídica robusta
As medidas foram aprovadas por 4 dos 5 ministros da Primeira Turma do STF, com destaque para o voto da ministra Cármen Lúcia, que ressaltou: "Há numerosos indícios de esforços para interferir no trâmite da ação penal em que Bolsonaro é réu".
Apenas o ministro Luiz Fux divergiu, argumentando "desproporcionalidade" na restrição à liberdade de expressão. Contudo, criminalistas consultados pela BBC reforçaram que as cautelares são tecnicamente fundamentadas, especialmente para evitar riscos como um eventual asilo de Bolsonaro em embaixada estrangeira — estratégia que poderia agravar crises diplomáticas.
### STF supera outros Poderes em avaliação
Pela primeira vez, o Supremo registrou a melhor avaliação entre os Três Poderes:
- STF: 43% de aprovação (49% desaprovação);
- Governo Federal: 43% de aprovação (51% desaprovação);
- Congresso: Câmara tem 24% de aprovação; Senado, 25%.
Para o sociólogo Antônio Lavareda, presidente do Ipespe, os dados refletem que o STF, mesmo sob críticas de setores bolsonaristas, emerge como a instituição mais respeitada na atual conjuntura.
### Contexto mais amplo: STF na defesa da democracia
A decisão sobre Bolsonaro não é isolada. O STF mantém ações rigorosas contra núcleos golpistas, com interrogatórios de réus transmitidos ao vivo para assegurar transparência. Paralelamente, a corte enfrenta desafios como leis estaduais que limitam direitos (ex.: ensino sobre gênero no Espírito Santo), atuando como barreira contra retrocessos.
### Conclusão
Os números evidenciam que o STF conquistou o respaldo da maioria dos brasileiros não apenas nas medidas contra Bolsonaro, mas em sua postura institucional. Em um cenário de descrença no Legislativo e divisão sobre o Executivo, o Judiciário se consolida como pilar de estabilidade democrática — respaldado por fundamentação jurídica clara e alinhamento com a expectativa social por justiça efetiva.
Fontes: Dados consolidados do Ipespe (2.500 entrevistados, margem de erro de 2 pontos); decisões do STF detalhadas no G1 e BBC; acompanhamento institucional via portal do STF.