Perguntas para a População Douradense: Convite à Reflexão Crítica sobre o Poder do Agronegócio
Publicada em: 06/03/2025 07:30 - Politica e Economia
Política e Poder:
1. Por que a maioria dos políticos que representam o agronegócio em Dourados não mora na cidade, mas detém influência decisiva sobre nossas vidas?
2. Se o agronegócio é "o motor da economia", por que a desigualdade social em Dourados só aumenta, com concentração de renda nas mãos de poucos?
3. Quantas famílias camponesas foram desalojadas ou silenciadas para que latifúndios de soja e cana se expandissem em nossa região?
Sociedade e Cultura:
4. O que a monocultura do agronegócio está fazendo com a identidade cultural de Dourados, que historicamente foi construída por povos indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores?
5. Por que a violência no campo é normalizada, enquanto lideranças sem-terra são criminalizadas?
6. Se o agronegócio é "moderno", por que suas práticas reforçam relações de trabalho análogas à escravidão, como as denunciadas em fazendas da região?
Economia e Dependência:
7. Se a soja é nossa "riqueza", por que os lucros não ficam aqui, mas são exportados para corporações internacionais e bancos estrangeiros?
8. Qual é o custo real dos agrotóxicos em nossa saúde, já que Dourados lidera rankings de intoxicação por pesticidas no MS?
9. Por que somos dependentes de um modelo que colapsa solo e água, recursos que nossos netos precisarão para sobreviver?
Meio Ambiente e Futuro:
10. Quantos rios já secaram ou foram contaminados por agrotóxicos em nossa região nos últimos 20 anos?
11. Se o Código Florestal é "flexível" para o agronegócio, quem pagará pela desertificação do Cerrado em Dourados?
12. O que restará de nossas matas e nascentes quando a próxima geração assumir a prefeitura?
Direitos Humanos e Ética:
13. Por que políticos do agronegócio patrocinam leis que criminalizam protestos, mas não as que punem o desmatamento ilegal?
14. Quantos indígenas Guarani-Kaiowá foram assassinados ou expulsos das próprias terras para que fazendas de gado se expandissem?
15. Se "terra é para quem produz", por que herdeiros de grileiros têm mais direitos que comunidades tradicionais?
Saúde Pública:
16. Por que cânceres e doenças respiratórias são comuns em áreas próximas a lavouras de agrotóxicos, mas os hospitais de Dourados estão subfinanciados?
17. O que a pulverização aérea de venenos está fazendo com o desenvolvimento cognitivo de nossas crianças?
18. Como a narrativa de "progresso" do agronegócio mascara nossa ansiedade coletiva diante da destruição ambiental?
Mídia e Narrativas:
19. Por que os maiores anunciantes dos jornais locais são empresas de agrotóxicos e fazendeiros?
20. Quantas reportagens críticas ao agronegócio foram censuradas ou ignoradas pela mídia regional?
21. Se o "campo é tech", por que a tecnologia só serve para ampliar o lucro de poucos, não para democratizar oportunidades?
Educação e Conhecimento:
22. Por que escolas rurais estão fechando, enquanto universidades corporativas do agronegócio são construídas com dinheiro público?
23. Quantos pesquisadores que denunciam os impactos do agronegócio foram perseguidos ou tiveram projetos cancelados?
24. Se "educação é prioridade", por que políticos do agronegócio votam contra fundos públicos para universidades?
Teologia e Espiritualidade:
25. O que as religiões locais estão fazendo para combater a idolatria do dinheiro, que transforma a terra em mercadoria?
26. Como conciliar a fé em um "Deus provedor" com a devastação de rios e florestas em nome do lucro?
27. Jesus defendia os pobres e os excluídos. Por que, então, líderes religosos apoiam políticos que oprimem camponeses?
Justiça e Sistema Jurídico:
28. Por que juízes e promotores muitas vezes ex-advogados de fazendeiros?
29. Quantos processos contra desmatadores ilegais foram arquivados sem punição nos últimos anos?
30. Se "a justiça é cega", por que ela enxerga tão bem os interesses do agronegócio?
Futuro e Alternativas:
31. Qual seria a cara de Dourados se 10% dos recursos do agronegócio fossem investidos em agroecologia e cooperativas familiares?
32. Por que não exigimos que políticos apresentem planos para revitalizar rios e solos, em vez de apenas aumentar a produção de commodities?
33. Se não votarmos em representantes do agronegócio, que tipo de cidade podemos construir para nossos filhos?
Reflexão Final:
Cada uma dessas perguntas é uma semente. Se plantadas na consciência coletiva, podem florescer em mobilização, justiça e um novo pacto social. A mudança começa quando deixamos de ser espectadores e nos tornamos questionadores. Dourados merece mais que migalhas de um sistema que a sufoca.
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